Dicas para escolher o pediatra ideal
(entrevista dada para Zero Hora)
Empatia é essencial na hora de eleger o profissional que vai cuidar da saúde dos filhos
Quando a barriga começa a crescer, é hora de a mãe procurar um bom ginecologista e obstetra para acompanhar os nove meses da gravidez. Para ele vir ao mundo e seguir com saúde, pai e mãe também precisam encontrar um médico para o filho: o pediatra. Especializado em crianças e adolescentes, este profissional será o responsável por manter e acompanhar a saúde da gurizada, além de tirar as dúvidas dos pais. Para a escolha, o ideal é que a família já chegue à maternidade sabendo quem vai atender o bebê.
“O pediatra é o profissional mais indicado para acompanhar o desenvolvimento da criança. Estamos formados para atender à saúde, ao comportamento e ao desenvolvimento, e não apenas às doenças” explica o pediatra José Paulo Ferreira, membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
O médico selecionou dicas importantes que devem ser levadas em conta na hora de escolher o melhor profissional para seu filho.
O momento da escolha
Se o bebê é o primeiro da casa, o ideal é que os pais busquem um pediatra ainda no pré-natal. A escolha deve ser baseada em uma conversa franca, porque empatia é essencial para a escolha. No encontro será possível avaliar se o pediatra atende às expectativas dos pais.
Não tenha vergonha de perguntar. Questione quais as disponibilidades de horários dele e avalie se estão de acordo com sua agenda. Também pergunte sobre a possibilidade dele de atender a ligações fora do horário de trabalho e sobre sua possível substituição em casos de indisponibilidade – o ideal é que o profissional sugira uma pessoa de confiança para substituí-lo.
Pedir indicações para amigos e ao obstetra também é importante. Além disso, é recomendável que o médico tenha especialização na área e seja habilitado pela Sociedade Brasileira de Pediatria.
Avalie o consultório
O ambiente em que o pediatra trabalha também deve ser avaliado. A secretária (ou a recepcionista) precisa tratar bem a família, gostar de crianças e ser atenciosa. O ambiente de atendimento e de espera precisa ser limpo e agradável, com espaços
onde os pais se sintam à vontade.
Pai ou mãe?
É importante que ambos frequentem juntos, sempre que possível, as consultas. Assim, poderão tirar dúvidas e saber mais sobre a saúde do filho. O encontro em família ajuda na atuação do pediatra, que passa a conhecer um pouco da dinâmica familiar, o que o ajudará a compreender melhor o desenvolvimento e o comportamento da criança.
Em relação à frequência, a Sociedade Brasileira de Pediatria indica que, no primeiro ano, as consultas de supervisão de saúde sejam mensais. No segundo ano de vida da criança, trimestrais. Do terceiro ao décimo ano de vida, semestrais. Depois, se não houver sintomas de doenças, podem ser anuais, sempre lembrando que a prevenção é melhor que o tratamento da doença.
Hora de fazer trocas
É comum pais trocarem o pediatra do filho em casos de não haver compatibilidade de horários ou até mesmo de a família não estar gostando do atendimento. Nesta fase, é importante avaliar o que está motivando a troca: é uma ansiedade da família? É uma insatisfação com o trabalho dele? Depois, é preciso reiniciar as avaliações: pedir indicações, conversar com o médico, visitar o consultório...
Quando ir à emergência?
Combine com o pediatra quais os critérios para levar a criança a uma emergência. Na maioria das vezes, devido ao fato de já conhecer o histórico da criança, é preferível consultar com o pediatra no consultório do que recorrer aos pronto-atendimentos.
Sem plano de saúde
Mesmo quem não tem convênio ou condições de fazer consultas particulares e utiliza o Sistema Único de Saúde (SUS) tem o direito de marcar as consultas sempre com o mesmo pediatra nos postos de saúde, para que ele acompanhe a saúde da criança. Nas salas de parto, a família deve exigir o pediatra para acompanhar a criança, já que o obstetra atende exclusivamente a mãe e nem sempre consegue avaliar com precisão a saúde do bebê.
Fonte:ZH