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Atenção para o consumo de álcool na adolescência


Um estudo divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em fevereiro de 2017 constatou um fato que necessita observação: 39,2% dos adolescentes brasileiros experimentaram alguma bebida alcoólica pela primeira vez em casa. Essa realidade se torna mais relevante ao saber que esses casos aconteceram entre os 12 e 13 anos de idade. A SBP aponta curiosidade e influência social de amigos como os principais fatores para esta prática precoce. Para o Dr. José Paulo Ferreira, outra razão importante é a falta de base familiar na orientação desses jovens. “O exemplo é muito mais importante do que falar. Falta de suporte, famílias disfuncionais, uso de drogas pelos próprios pais e incapacidade de controle dos filhos são fatores predisponentes à maior iniciação ou continuação do uso de drogas por parte dos adolescentes”.

A embriaguez através do álcool é uma das responsáveis por acidentes e mortes de jovens, além de causar um efeito multiplicador, em que o seu uso aumenta a chance da utilização de outras substâncias perigosas. A ingestão excessiva de bebidas alcoólicas também pode desencadear diversos malefícios no desenvolvimento do adolescente. “Suas consequências repercutem na neuroquímica cerebral, pior ajustamento social, problemas de escolaridade e no retardo do desenvolvimento de suas habilidades, além de uma série de prejuízos acadêmicos, como déficit de memória”, afirma o médico. Ele explica também que o consumo prematuro aumenta a chance de gerar alguma dependência. “Aqueles que começam a beber antes dos 15 anos apresentam predisposição quatro vezes maior de desenvolver vício dessa substância do que os que fizeram seu primeiro uso de álcool aos 20 anos ou mais de idade”. O envolvimento dos pais e responsáveis na vida dos jovens é essencial na prevenção e diminuição desses casos, mas, segundo o mesmo estudo, 48% dos pais entrevistados nunca abordaram o assunto com o filho, pois consideram ser muito cedo. “Precisamos conversar abertamente com os adolescentes, enfatizando as consequências da utilização de tais substâncias, dando opções como atividade física, relações sociais saudáveis, leitura, bem como alternativas que possam combater ou minimizar a utilização das bebidas alcoólicas, principalmente, em finais de semana ou em festas por parte desta população. Os pais conversam pouco sobre isto com seus filhos, falta informação”, recomenda o pediatra.

Campanhas de prevenção

Devido aos dados levantados tanto a nível nacional quanto global, A Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um Guia Prático de Orientação no começo do ano. Voltado para familiares, médicos e educadores, o guia visa traçar um plano para prevenir que esses números aumentem.

No conteúdo desse documento estão algumas ações práticas, como evitar a exposição e glamorização das intoxicações nos encontros de família e alertar sobre as consequências do uso precoce do álcool no caso dos responsáveis. Para os pediatras, o manual recomenda orientar os pais que álcool também é uma droga e estimular o consumo de água em shows e festas.

Ainda no final do ano, a Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul já havia realizado a campanha “Não seja um porre!”, após o estudo da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) apontar que o Rio Grande do Sul e Porto Alegre lideram o número de estudantes do 9º ano do ensino fundamental que admitiram já terem experimentado alguma bebida alcoólica.

Fonte: Portal HMV

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